
Fala Chemsex
Esta é uma pesquisa inovadora que busca construir uma linha de cuidado voltada às pessoas que praticam chemsex — o uso intencional de substâncias psicoativas para potencializar experiências sexuais. Coordenado pela USP, com apoio de diversas instituições acadêmicas, governamentais e da sociedade civil, o projeto propõe protocolos de acolhimento, cuidado e redução de danos que respeitam a diversidade, a autonomia e a vivência de quem vive essa realidade.
O projeto Fala Chemsex! nasce do reconhecimento de uma lacuna histórica no cuidado em saúde destinado às pessoas que praticam sexo aditivado (chemsex). Trata-se de uma iniciativa que une a produção científica, o saber prático dos serviços de saúde e as vivências reais das pessoas que fazem uso sexualizado de substâncias — em contextos muitas vezes atravessados por vulnerabilidades sociais, discriminação e desinformação.
Coordenado pela Profa. Dra. Ana Paula Morais Fernandes, da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (USP), o estudo conta com a parceria de instituições como o CRT-DST/Aids-SP, referência nacional em políticas públicas de saúde, além de universidades brasileiras e internacionais e organizações como o Instituto Multiverso.
Essa rede multidisciplinar busca construir protocolos e fluxos de atendimento mais humanos, seguros e eficazes. Para isso, a pesquisa escuta diretamente quem vive experiências com chemsex, reconhecendo sua autonomia e oferecendo caminhos de cuidado que respeitam sua complexidade, longe de estigmas ou moralismos.
O que é chemsex
Detalhes
Objetivos
O principal objetivo do projeto é desenvolver uma linha de cuidado em saúde integral e não estigmatizante para pessoas que praticam chemsex. Isso envolve a criação de fluxos de atendimento, protocolos de acolhimento e materiais educativos que orientem profissionais de saúde, gestores e a própria comunidade sobre formas de promover bem-estar, prevenção e redução de danos com base em evidências, escuta ativa e respeito à diversidade.
Apesar de ser uma prática presente em diversas realidades urbanas, o chemsex ainda é invisibilizado pelas políticas públicas e carregado de estigmas nos serviços de saúde. Isso impede que muitas pessoas busquem ou recebam cuidados adequados. Fala Chemsex! é importante porque rompe esse silêncio, reconhece essas vivências como legítimas e propõe um novo olhar para a saúde sexual e mental, contribuindo para reduzir desigualdades e ampliar o acesso ao cuidado.
Por que é importante
Como vai funcionar
A participação na pesquisa acontece por meio do preenchimento de um questionário, que pode ser acessado presencialmente ou por plataformas digitais. As perguntas abordam temas como identidade de gênero, orientação sexual, experiências com serviços de saúde, tipos de substâncias utilizadas, práticas sexuais, efeitos colaterais, entre outros. As respostas são confidenciais, e a coleta de dados será usada exclusivamente para fins científicos. A partir dessas informações, a equipe da pesquisa irá desenvolver recomendações práticas e materiais voltados para profissionais de saúde e políticas públicas.
Para garantir que os conhecimentos produzidos alcancem quem precisa, o projeto prevê o uso de diferentes materiais de comunicação educativa e científica. Estão sendo desenvolvidos infográficos, cartilhas, vídeos explicativos, oficinas e rodas de conversa, com linguagem acessível e sensível às realidades das pessoas que praticam chemsex. O Instituto Multiverso também será responsável por colaborar com a criação de conteúdos digitais e estratégias de educomunicação que conectem informação segura com afeto, escuta e cuidado.
Comunicação
Material de comunicação

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