A Gilead, gigante farmacêutica americana, anunciou nesta quarta-feira (2) que firmou acordos com seis fabricantes de medicamentos genéricos, permitindo que estes produzam e comercializem o lenacapavir, um fármaco de prevenção contra o HIV, em países de baixa renda. A iniciativa representa um avanço significativo na ampliação do acesso a tratamentos de prevenção, principalmente em regiões onde o custo de medicamentos inovadores geralmente é proibitivo.
O anúncio veio após uma série de pressões sobre a Gilead para liberar o lenacapavir para um consórcio de patentes e possibilitar a venda de versões genéricas licenciadas. O lenacapavir é um antirretroviral promissor, visto como uma potencial revolução na luta contra o HIV. Resultados preliminares de ensaios clínicos indicam uma eficácia de 100% na prevenção da infecção, o que gerou grande expectativa entre especialistas em saúde pública.
Com o licenciamento, os laboratórios de genéricos poderão fabricar uma versão de menor custo do medicamento, embora a produção ainda dependa de aprovações regulatórias que envolvem 120 países. “As equipes da Gilead têm trabalhado com urgência para atrair fabricantes de genéricos de grandes volumes”, afirmou Daniel O'Day, diretor executivo da empresa. Ele destacou que a produção será iniciada assim que as autorizações forem obtidas.
O custo elevado do lenacapavir tem sido um dos maiores obstáculos para sua distribuição em larga escala. Em alguns países, o medicamento pode custar mais de 40 mil dólares (218 mil reais) por pessoa por ano. No entanto, estimativas de pesquisadores em julho indicam que ele poderia ser fabricado por cerca de 40 dólares (218 reais), tornando-o muito mais acessível.
Além de seu potencial revolucionário na prevenção ao HIV, o lenacapavir se destaca pela sua praticidade: em vez de ser tomado diariamente como os tratamentos tradicionais, ele é administrado por meio de apenas duas injeções ao ano, simplificando o processo para os pacientes e aumentando a adesão ao tratamento. Essa característica é vista como um grande avanço na profilaxia da infecção por HIV, especialmente para populações em situações de maior vulnerabilidade.
Com esses acordos, espera-se que o lenacapavir se torne uma opção viável e acessível para milhares de pessoas, ampliando significativamente as possibilidades de prevenção ao HIV em escala global.
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