top of page

Espetáculo “HIV no Tribunal” leva reflexão e emoção ao XV Congresso Brasileiro de DST e Aids


Na tarde desta quinta-feira (5), a sala três do Expomag, no Rio de Janeiro, deixou de ser apenas um auditório de congresso para se tornar um palco de comoção, escuta e confronto. Dentro da programação do XV Congresso da Sociedade Brasileira de Doenças Sexualmente Transmissíveis, XI Congresso Brasileiro de Aids e VI Congresso Latino-Americano de IST/HIV/Aids, o espetáculo “HIV no Tribunal” arrebatou o público com uma encenação impactante que rompeu o protocolo e tocou corações.


Criado coletivamente pelo Instituto Cultural Barong e dirigido por Tadeu Di Pietro, que também interpreta o juiz, o espetáculo coloca em julgamento um tema urgente: o preconceito contra pessoas que vivem com HIV. A história gira em torno de Bráulio, acusado de transmitir intencionalmente o vírus à sua companheira, em um tribunal que expõe não apenas argumentos jurídicos, mas também feridas sociais abertas.


A dramaturgia ousada e provocadora vai muito além da ficção. A cada depoimento, a cada silêncio, o público é convidado a revisitar preconceitos, questionar certezas e se emocionar com as complexidades humanas por trás do diagnóstico.


O elenco, intenso e afiado, é formado por Tadeu Di Pietro – Juiz; Clóvis Gonçalves – Advogado de defesa e acusação; Daniel Prata – Réu; Lilian Marchetti – Querelante; Fabiana Mesquita – Inteligência Artificial; Welton Gabriel – Testemunha; e Marta McBritton – Testemunha.


A participação de testemunhas reais adiciona uma camada de verdade e dor à encenação. Silvia Aloia, Jenice Pizão, Renata Souza, Fabiana Oliveira e Silvia Almeida, ativistas do Movimento Nacional das Cidadãs Posithivas, emprestaram suas vozes e histórias para dar corpo à denúncia contra a criminalização da transmissão do HIV — uma prática que viola direitos e acirra o estigma.


Maria Cristina Abbate, coordenadora municipal de IST/Aids de São Paulo; o médico epidemiologista Dr. Fábio Mesquita; o youtuber e ativista João Geraldo Netto; e o infectologista Mateus Cardoso gravaram mensagem com informações sobre o tema. Seus depoimentos emocionaram e deixaram claro que a luta contra o HIV vai além da medicina — é uma batalha ética, social e política.


“HIV no Tribunal” é mais do que um espetáculo: é um grito coletivo, um espaço de memória e uma ferramenta de resistência. Convida o público a olhar nos olhos das pessoas que vivem com HIV, sem medo, sem julgamento, com respeito.


Ao final, aplausos de pé deram o tom da recepção.


 
 
 

Comments


bottom of page