08h30: RECEPÇÃO DOS PARTICIPANTES
09h: MESA 1
Título: Entre o Prazer e o Pânico: O que é chemsex, afinal?
Subtema: Desconstruindo conceitos e reconhecendo o uso sexualizado de substâncias como fenômeno social, cultural e de saúde.
Objetivo: Esta mesa busca contextualizar o chemsex e suas múltiplas dimensões, apresentando o fenômeno a partir de perspectivas históricas, médicas, sociais e culturais. O objetivo é compreender o uso sexualizado de substâncias (chemsex | sexo aditivado) sem reduzi-lo ao risco ou à moralidade, mas como expressão de prazer, conexão e vulnerabilidade. Serão discutidos os contextos sociais que influenciam a prática, seus significados subjetivos e os impactos na saúde integral, trazendo uma visão interseccional sobre raça, gênero, classe e sexualidade.
Moderação:
Convidados:
Alvaro Lopes de Sousa: Sanitarista e doutorando em Saúde Coletiva pela USP, com quase uma década dedicada à saúde sexual e à prevenção combinada. Com experiência direta em projetos voltados a cenas noturnas e ao uso de substâncias, incluindo consultoria no primeiro projeto de chemsex do Brasil, o ColocAção, do Instituto Multiverso, Allan traz ao Seminário um olhar crítico, afetuoso e comprometido com políticas públicas que dialogam com a vida real.
Allan Gomes de Lorena: Sanitarista e doutorando em Saúde Coletiva pela USP, com quase uma década dedicada à saúde sexual e à prevenção combinada. Com experiência direta em projetos voltados a cenas noturnas e ao uso de substâncias, incluindo consultoria no primeiro projeto de chemsex do Brasil, o ColocAção, do Instituto Multiverso, Allan traz ao Seminário um olhar crítico, afetuoso e comprometido com políticas públicas que dialogam com a vida real.
10h: MESA 2
Título: Sexo, Estigma e Silêncio: Por que ninguém fala sobre isso?
Subtema: O peso do moralismo e o impacto do silêncio sobre prazer, drogas e sexualidade.
Objetivo: Esta mesa propõe refletir sobre o silêncio social e institucional que cerca temas como prazer, drogas e sexualidade. O objetivo é explorar como o moralismo e o estigma reforçam barreiras de acesso à saúde, perpetuam desigualdades e isolam pessoas em sofrimento. Serão debatidas estratégias de comunicação, educação e saúde que promovam a fala responsável e acolhedora sobre o uso sexualizado de substâncias, estimulando profissionais e instituições a romperem o tabu e a adotarem abordagens baseadas na escuta e na empatia.
Moderação:
Convidados:
Myro Rolim: Com ampla experiência como educador social e redutor de danos, atua na formação de profissionais e na articulação de políticas públicas que dialogam com o chemsex a partir do cuidado, dos direitos e da redução de danos. Sua participação no Seminário fortalece práticas mais seguras e coloca em pauta caminhos coletivos para serviços e territórios.
Thiago Jerohan: Assessore de programas e projetos da ONG Gestos, ativista vivendo com HIV e atuante em direitos sexuais, prevenção combinada e redução de danos. Sua experiência articulando debates sobre fetiches, uso de drogas e cuidado integral amplia a escuta e fortalece a construção coletiva de perspectivas essenciais para o Seminário.
11h: COFFEE BREAK
11h30: MESA 3
Título: Além da Clínica: Como construir redes de cuidado entre pares.
Subtema: A potência do cuidado comunitário e afetivo na redução de danos.
Objetivo: O objetivo desta mesa é discutir o papel do cuidado entre pares como estratégia essencial de redução de danos e promoção da saúde. A proposta é apresentar experiências e metodologias que valorizem a escuta, a solidariedade e o apoio mútuo em redes formais e informais. Serão exploradas práticas de cuidado que nascem nas comunidades (especialmente entre pessoas LGBTQIAPN+, pessoas vivendo com HIV e trabalhadoras(es) sexuais) e que têm contribuído para fortalecer vínculos, reduzir riscos e ampliar o acesso a serviços de forma humanizada e horizontal.
Moderação:
Convidados:
Betinho Pereira: Presidente do Projeto Bem-Me-Quer e referência em HIV/aids há 34 anos, traz ao Seminário uma trajetória marcada pela defesa de populações vulneráveis e pelo enfrentamento ao estigma. Sua experiência em prevenção, ativismo político e projetos ligados ao chemsex enriquece o debate e fortalece a construção coletiva de caminhos mais humanos e eficazes em saúde.
Anderson Reis: Com ampla atuação na saúde masculina e LGBT, Anderson Reis traz ao Seminário uma perspectiva construída entre hospital, comunidade e ações em festas e territórios urbanos da Bahia. Sua experiência une cuidado clínico, pesquisa e práticas de redução de danos, contribuindo para um debate que busca ampliar acesso, traduzir ciência e fortalecer respostas ao chemsex no Brasil.
12h30: INTERVALO PARA O ALMOÇO
14h: MESA 4
Título: Travestis, Trabalhadoras(es) do Sexo e Chemsex: Visibilizar o que o estigma apaga.
Subtema: Interseccionalidade e resistência: gênero, corpo e sobrevivência em contextos de vulnerabilidade.
Objetivo: Esta mesa busca dar visibilidade a experiências frequentemente invisibilizadas, discutindo como o estigma, o racismo e a transfobia atravessam as vivências de travestis e pessoas cis trabalhadoras(es) do sexo em contextos de uso sexualizado de substâncias. O objetivo é criar um espaço de fala e escuta ativa, valorizando narrativas que revelam tanto a violência quanto a potência dessas existências. O debate pretende ampliar a compreensão sobre direitos, cuidado, prazer e sobrevivência, destacando o papel dessas populações na construção de respostas comunitárias e políticas inclusivas.
Moderação:
Convidados:
Val Santos: Professora, educadora popular em saúde e redutora de danos há quase duas décadas, traz ao Seminário a força das ruas de Manaus e das trabalhadoras sexuais amazônicas. Sua experiência direta com populações vulnerabilizadas e seu olhar atento sobre o chemsex no Norte do país tornam sua participação essencial para ampliar estratégias e realidades pouco visíveis no debate nacional.
Marcelo Russo: Publicitário, produtor audiovisual e profissional do sexo, atua na conscientização sobre saúde sexual por meio das redes e de um documentário autoral. Morador do centro de São Paulo, ele reforça a importância de discutir o chemsex sem moralismos. Sua presença no Seminário amplia perspectivas e destaca narrativas fundamentais da comunidade queer.
Rafael Anjos: Psicólogo e pós-graduando em Neuropsicologia e Terapia de Casal e Familiar, com atuação clínica e organizacional em São Paulo. Seu interesse pelas interseções entre saúde mental, marginalização e estratégias de cuidado amplia o olhar do Seminário, trazendo perspectivas fundamentais para o debate interdisciplinar sobre o chemsex.
15h: MESA 5
Título: Corpo em Transe: Como o chemsex afeta o organismo em curto e longo prazo.
Subtema: Impactos físicos, sexuais e neurológicos do uso sexualizado de substâncias e caminhos de autocuidado.
Objetivo: Esta mesa tem como objetivo apresentar os efeitos fisiológicos, neurológicos e emocionais associados ao uso sexualizado de substâncias, abordando tanto riscos imediatos quanto consequências a longo prazo. O debate pretende integrar olhares da medicina, da psicologia e das ciências sociais para compreender o corpo como território de prazer, mas também de cuidado. A mesa discutirá estratégias de prevenção, autocuidado e redução de danos, valorizando a autonomia e o acesso à informação como ferramentas de proteção e liberdade.
Moderação:
Convidados:
Reynaldo Estevez: Médico psiquiatra, especialista em farmacogenética, psicofarmacologia avançada e dependência química, com atuação clínica e voluntária voltada à população LGBTQIAPN+. Sua experiência em saúde mental, sexualidade e uso de substâncias fortalece o debate técnico do Seminário, contribuindo para desmontar estigmas e ampliar caminhos de cuidado e compreensão sobre o chemsex.
Uno Vulpo: Médico e criador de uma plataforma inovadora sobre redução de danos e sexualidade, reconhecida pelo conteúdo acessível e bem-humorado. Atuando também na rede Sampa Trans e no processo transsexualizador do SUS, traz ao Seminário uma visão prática, crítica e profundamente conectada às vivências das pessoas que vivem o chemsex.
16h: APRESENTAÇÃO DE ESTUDOS, EXPERIÊNCIAS E INICIATIVAS
Subtema: Evidências, práticas e saberes sobre o uso sexualizado de substâncias no Brasil contemporâneo.
Objetivo: O objetivo desta sessão é divulgar e valorizar produções científicas, acadêmicas e comunitárias sobre o tema do uso sexualizado de substâncias (chemsex | sexo aditivado). Serão apresentadas pesquisas, projetos e relatos de experiências que ampliam o entendimento sobre o fenômeno no Brasil, destacando práticas de cuidado, estratégias de prevenção, abordagens clínicas e perspectivas sociais. Essa atividade busca integrar ciência e território, aproximando quem pesquisa, quem atua e quem vive a realidade do chemsex, promovendo o aprendizado coletivo e o reconhecimento de iniciativas inovadoras.
Moderação:
Trabalhos:
Ana Paula Morais Fernandes: Pega-Ação: Impacto do Chemsex nas IST, saúde mental e sexual de homens que fazem sexo com homens e construção de uma linha de cuidado no contexto da política da Redução de Danos.
A pesquisadora apresentará um estudo que investiga riscos à saúde no contexto do chemsex, analisando práticas, perfis e conhecimentos de usuários, gestores e profissionais. Seu trabalho mapeia necessidades reais da Rede de Atenção à Saúde de São Paulo e desenvolve tecnologias educativas inovadoras, fundamentais para avançar políticas de cuidado e redução de danos no país.
Alvaro Francisco Lopes de Sousa: Chemsex e suas repercussões na saúde de homens que fazem sexo com homens: uma perspectiva de saúde global.
A pesquisa investiga o chemsex como fenômeno socialmente determinado em diferentes populações lusófonas, analisando comportamentos, contextos e vulnerabilidades para propor intervenções mais eficazes. Seu trabalho é essencial para o Seminário ao revelar como práticas brasileiras dialogam com cenários globais e podem orientar políticas públicas concretas.
Marcelo Russo: Apresentação e discussão sobre o documentário “Sexo, Drogas e o Que Sobrou: Um Recorte da Cena de Chemsex”.
O documentário apresentado investiga como o uso de substâncias tem moldado vivências sexuais no cotidiano urbano, partindo da pergunta central “o que sobra quando o sexo termina e a droga acaba?”. A produção revela tensões, silêncios e dificuldades de quem topa falar abertamente sobre o tema, trazendo ao Seminário uma reflexão potente sobre vulnerabilidade, desejo e os limites entre apoio e dependência.
Marina Provençano Del Rei: “Tudo no sigilo”? Potencialidades e desafios éticos e metodológicos de uma etnografia digital sobre chemsex no Grindr.
O estudo investiga como aplicativos de relacionamento moldam práticas de chemsex e influenciam o acesso a cuidado e redução de danos entre homens que fazem sexo com homens. Ao revelar como a tecnologia produz barreiras e oportunidades de acolhimento, sua contribuição amplia o debate e aponta caminhos inovadores para estratégias de saúde mais acessíveis e sensíveis.
18h: ENCERRAMENTO DO SEGUNDO DIA
19h30: CONFRATERNIZAÇÃO NA RUA BENTO FREITAS (CENTRO HISTÓRICO DE SÃO PAULO)
Objetivo: Este momento tem como propósito promover a integração e o convívio informal entre participantes, palestrantes e convidados, fortalecendo vínculos e ampliando o diálogo entre ciência, comunidade e afeto. Realizada em bares da região da Rua Bento de Freitas, no centro de São Paulo (um território histórico de sociabilidade gay), essa atividade busca valorizar a diversidade, a cultura urbana e os espaços de convivência LGBTQIAPN+, reconhecendo-os como fundamentais para a construção de pertencimento, acolhimento e cuidado coletivo dentro e fora do contexto do seminário.
Convidados: todos os participantes do evento