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Evento reúne especialistas para debater políticas públicas voltadas ao sexo aditivado (chemsex)



Na última sexta-feira (25), o Centro de Referência e Treinamento (CRT) DST/Aids de São Paulo foi palco de um encontro que reuniu profissionais da saúde, gestores públicos, sociedade civil e especialistas para discutir estratégias de redução de danos e eliminação do HIV a partir do sexo aditivado, conhecido como chemsex. O evento, intitulado “Fortalecendo as Estratégias da Redução de Danos para Eliminação do HIV e outras IST em São Paulo”, destacou a importância da escuta ativa e do cuidado integral às populações vulneráveis.



O Instituto Multiverso, pioneiro no Brasil ao lançar o projeto ColocAção, voltado especificamente para a redução de danos no contexto do chemsex, marcou presença no evento. Pierre, membro do Instituto, enfatizou a necessidade de políticas públicas que reconheçam as especificidades dessa prática e promovam ações de cuidado baseadas na realidade dos sujeitos.


O chemsex não é apenas uma questão de saúde, mas também de direitos humanos. Precisamos de políticas que considerem as vivências das pessoas, sem julgamentos, e que promovam o cuidado a partir da escuta e do respeito”, afirmou Pierre durante sua fala.

Pierre Freitaz: cofundador do Instituto Multiverso e coordenador do projeto ColocAção
Pierre Freitaz: cofundador do Instituto Multiverso e coordenador do projeto ColocAção

O evento também contou com a participação de Alexandre Gonçalves, diretor técnico do CRT, que ressaltou a importância da construção coletiva e da escuta sobre as necessidades dos territórios. Carina Bernardes, do Ministério da Saúde, reforçou o interesse do governo federal em se aproximar das experiências dos territórios e pensar estratégias e políticas públicas mais eficazes.


Andrea Boccardi Vidarte, diretora do Unaids Brasil, destacou a necessidade de promover um ambiente seguro, onde a prevenção combinada, o cuidado e o respeito às vulnerabilidades sejam prioridade. Dados recentes mostram que mais de 20% das pessoas que usam drogas evitam os serviços de saúde por conta do estigma e da discriminação.


Dênis Petuco, especialista em redução de danos e pesquisador da Fiocruz, compartilhou sua trajetória de vida atravessada pela experiência com o uso de drogas, a educação popular e o ativismo em saúde. Ele defendeu o reconhecimento da educação popular em saúde como campo legítimo e estratégico, citando a Articulação Nacional de Movimentos e Práticas de Educação Popular em Saúde (ANEPS) como uma chave simbólica para sua virada conceitual.


A redução de danos parte da realidade dos sujeitos, dos seus saberes e modos de vida. Isso é Freire puro. E é também resistência, cuidado e política”, afirmou Dênis.

O Instituto Multiverso, por meio do projeto ColocAção, tem atuado diretamente na promoção de ações de redução de danos no contexto do chemsex, oferecendo suporte, informação e acolhimento às pessoas que vivenciam essa prática. O projeto busca construir uma rede de cuidado que respeite as especificidades e as necessidades de cada indivíduo.


A participação ativa da sociedade civil, representada por organizações como o Instituto Multiverso, é fundamental para a construção de políticas públicas mais eficazes e humanizadas. O evento no CRT reforçou a importância do diálogo entre diferentes setores e da valorização das experiências e saberes das populações envolvidas.


O enfrentamento ao chemsex requer uma abordagem intersetorial, que envolva saúde, educação, assistência social e direitos humanos. A escuta ativa, o respeito às vulnerabilidades e a promoção de ações de cuidado baseadas na realidade dos sujeitos são essenciais para a construção de uma sociedade mais justa e inclusiva.

 
 
 

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